Data histórica

Hoje é um daqueles feriados importantes… faz 37 anos que em Portugal houve uma revolução, se é que assim se pode chamar, pois, pelo que me contam, houve pouca revolução e mais rebelião, portanto, parabéns a Portugal, por mais um assinalar de uma data histórica, mas não é isso que interessa aqui, nem agora, o que interessa mesmo é a revolução que houve na minha vida.

Hoje, dia 25 de abril de 2011, para mim, é mais que o assinalar de um dia histórico, é o assinalar de uma data que fica para a estória da história da minha vida.

Há uns longos nove meses atrás, inesperadamente, recebia a notícia que ia ser pai…

Se por um lado era tão só o que mais queria, por outro, logo nesse instante surgiram uma série de dúvidas e perguntas, na sua grande maioria indecisões, ou então sem resposta interessante.

Estou preparado? Como vai ser o dia-a-dia? E as noites? E os eternos e sempre apetecíveis fins-de-semana de PDL com os amigos? E tudo o resto?

Pois que verdadeiramente continuo sem respostas que me agradem ou que sustentem as minhas certezas e claro está, as incertezas, mas ainda assim, e sem qualquer réstia de pudor, posso afirmar, a quanta alegria que é ser pai.

Ele são dias inteiros a mudar fraldas, a dar banho, a passear pela casa toda para o “sócio” adormecer, horas e horas sem saber o que ele quer ou o que ele precisa, noites (muito) mal dormidas…

Ver a mãe, indecisa no que fazer a seguir, perceber o trabalho que lhe dá, dar de mamar às 04h00 da manhã, a qualquer hora do dia, vezes a perder de conta, vezes a mais até, e perceber o enorme valor daquela mulher, não enquanto minha, mas enquanto mãe.

Com 36 semanas (apenas), decidiu-se a nascer, e num ápice regressaram todas as perguntas sem resposta, a juntar a todas as outras coisas que não estavam ainda, e há muito deviam estar em casa… alcofas, carrinho, trocador, berço, etc…

Prematuro, com pouco peso e agora sim, o medo de não conseguir fazer ou resolver seja o que for, mas assim o vai ser até ao resto dos meus dias…

A alegria imensa que é, é tão só impossível de descrever em escrita, é mesmo até impossível de descrever em palavras…

Para quem, como eu assisti ao parto e percebeu o esforço da mãe, nada mais posso escrever do que o assinalar da data.

Tudo correu pelo melhor, e assim mesmo é que se queria que acontecesse.

Faz hoje um mês que nasceu o meu filho, o nosso filho, meu e da minha mulher…a vida, essa, nunca mais será a mesma, mas estou certo que as alegrias e os sorrisos daquele “pequeno” ser serão superiores a tudo o resto.

Sê bem vindo. Usa e abusa dos teus pais, e faz o favor de ser irrequieto, daqueles mesmo reguilas, que nos fazem soprar e perder a paciência. Estamos cá para ti, inteiramente.

Exige, ser feliz.

Criador...e agora sim, literalmente criador.